quinta-feira, 16 de outubro de 2008

O som do silêncio

Estava sentada em um banco localizado no interior de um parque. Ao meu lado havia uma árvore um tanto grande e uma pista de cooper onde passavam pessoas dos mais diferentes graus de estranheza. A música que tocava em meu mp3 era “É o que me interessa”- Lenine-, quando de repente uma criatura bizarra se aproxima e diz:

- Shiiii! Você consegue ouvir?!!!
- O que?
- O som...
- Que som?!!!
- O do silêncio!
-...
-...
- Não. Não ouço nada!
- É porque o silêncio não faz barulho! – nesse momento o riso tomou conta de mim, mas por educação sorri sutilmente e disse:
- E por que será que tem que ser assim?!
- Não sei! Esquisito isso, porque o silêncio sempre tem algo a nos dizer, porém sem palavra alguma.
- Talvez seja por isso que ele incomode tanto.
- É, porque para ouvi-lo tem que pensar e...ficar em silêncio...
- E quando se pensa muitos questionamentos são levantados e nem todos eles apresentam solução.
-E já que você não está ouvindo o som do silêncio, o que ouve?
- “É o que me interessa”, Lenine.
- Bom som!
- Sim. Excelente!
- Gosta desse parque?
- Sim! Venho sempre que posso pra andar de patins ou caminhar.
- Sozinha?!!!
- É gosto de ouvir o som do silêncio ou um bom som...rsrssrs...
- Fez-me rir agora!
- Que bom! Rir faz sempre bem.
- Tenho que ir agora. Obriga pela boa conversa!
- Obrigada você!
- Satisfeita?
- “Não satisfeita nunca”
- Lenine?
- Sim! - srsrrsrss
-Até!
- Até mais.

E assim, a criatura bizarra, como havia descrito anteriormente, transformou-se de forma encantadora em um ser, do meu ponto de vista, inteligente e sedutor. Agora, pra onde esse ser foi já não sei dizer, talvez nem o veja mais...

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